Previsão de novo recorde para safras de grãos em 2022 e a importância da eficiência logística nesse processo.

O Brasil é um dos países que mais produz grãos em escala mundial, todavia, enfrenta um problema muito grande que é o de armazenamento e transporte desses insumos. Todos os anos, cerca de 34 milhões de toneladas de grãos são perdidos pelo produtor brasileiro, em inúmeras partes do processo de produção do agronegócio, exatamente por não haver uma estrutura adequada para estocá-los, chegando a ter apenas 14% da produção agrícola devidamente armazenada, em comparação aos incríveis 65% dos norte-americanos.

Apesar do crescimento notório que o setor de agropecuária teve nos últimos 45 anos, onde o salto da colheita foi de 38 milhões de toneladas para 236 milhões de toneladas, o país continuou enfrentando grandes problemas com atrasos nas entregas, por problemas de armazenamento e transporte – independentemente de como ele aconteça (portos, ferrovias, rodovias, etc.).

No artigo de hoje, vamos entender um pouco mais sobre as previsões para os próximos anos e sobre como uma logística eficiente será capaz de melhorar ainda mais esse setor.

 

PERCALÇOS NA ESTRADA

Atualmente, cerca de 65% dos transportes de grãos brasileiros acontecem com a ajuda dos caminhoneiros. Esse mercado movimenta cerca de R$ 400 bilhões anualmente e a distribuição desses grãos representa 10% desse valor. De acordo com dados divulgados pelos sistemas de monitoramento de trânsito espalhados por todo o Brasil, existem hoje cerca de 2 milhões de caminhoneiros viajando pelas estradas nacionais. Desse total, 500 mil são dedicados exclusivamente ao agronegócio. Com este grande número de trabalhadores viajando diariamente pelas estradas brasileiras, problemas de logística sempre acontecem.

Sabe quando você está fazendo uma viagem com a família e percebe uma fila interminável de caminhões se formando à sua direita? Pois é, esse é um sinal de que lá no início do seu trajeto não havia armazéns em quantidade suficiente para que estes produtos fossem guardados por mais tempo, antes de serem enviados para os portos. Nesse caso, está acontecendo a chamada ‘armazenagem sobre rodas’, que é quando as empresas produzem mais do que podem estocar e, para não perder esses grãos, acabam colocando-os nos caminhões e os enviando para os navios exportarem tudo de uma só vez.

Isso se repete todos os anos, com mais intensidade no primeiro quadrimestre do ano, quando caminhões circulam em grande quantidade pelas BRs do país, em todas as direções possíveis, carregados de grãos. A falta de logística impacta o número de acidentes neste período do ano e sobrecarrega as estradas, gerando problemas de infraestrutura.

 

RECORDE DE CRESCIMENTO DA SAFRA

O setor de agronegócio do Brasil é um dos maiores mercados que existem mundialmente falando. Somos o maior exportador de alimentos desde 1970. As últimas safras superaram as previsões e chegaram à incrível marca de 260,8 milhões de toneladas de grãos produzidos, como a soja e o arroz.

O Valor Bruto da Produção (VBP) chegou a R$ 1,11 trilhão para o ano de 2021 e a projeção é muito maior para 2022, podendo chegar a cerca de R$ 2 trilhões. Essa safra prevista para 2022 baterá mais um recorde, podendo chegar a 297 milhões de toneladas.

 

SOLUÇÕES PARA O DÉFICIT DE ARMAZENAMENTO

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou um plano de investimento junto ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) chamado Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), destinando R$ 4,12 bilhões para esse projeto. Essa estrutura será capaz de provocar um  aumento na quantidade de grãos armazenados, que deve chegar a 5 milhões de toneladas.

Os três estados brasileiros que se encontram mais bem estruturados para receberem essa safra recorde que está por vir são, respectivamente: o Mato Grosso, com capacidade de 38,7 milhões; o Rio Grande do Sul, com 30,9 milhões; e o Paraná, com 29,9 milhões.

Mesmo com esse alto investimento destinado a novos locais de armazenamento, o Departamento de Economia Rural (Deral) afirma que a safra de 2021/22 poderá chegar a algo em torno de 38,6 milhões de toneladas. Ou seja, ainda restariam cerca de 22,5% de grãos sem local para armazenagem.

 

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